terça-feira, 21 de junho de 2011

Bumbódromo voltará ao formato original

O governador Omar Aziz determinou ontem o fim da Arquibancada Verde no bumbódromo de Parintins. “O bumbódromo é vermelho e azul. Todo mundo tem preferência. Eu tenho a minha preferência. No meu governo não há hipocrisia, por isso mandei tirar o verde”, disse o governador, ao comentar matéria de ontem de A CRÍTICA, publicada na edição de ontem sobre no caderno Parintins. A área foi criada este ano para ser um espaço neutro no bumbódromo, e abrigar pessoas que querem acompanhar os três dias de apresentação dos bumbás, dentro do 46º Festival Folclórico de Parintins, mas que não querem ficar restritas às torcidas dos bois.

O secretário de Estado de Cultura (SEC) Robério Braga chegou ontem de tarde a Parintins (a 325 quilômetros de Manaus) com a missão de resolver a questão, visto que os 290 ingressos destinados a esta área, que custavam R$ 750, para as três noites de festa, já tinham sido todos vendidos pela agência de viagens Tucunaré Turismo, terceirizada por Caprichoso e Garantido para vender os ingressos do festival.

No bumbódromo, Robério Braga reuniu com Telo Pinto, presidente do boi Garantido, Márcia Baranda, do Caprichoso, do promotor de Justiça do Ministério Público Estadual (MPE) André Seffair, e de um representante da agência Tucunaré. Após uma reunião que demorou aproximadamente três horas, Governo e os bumbás decidiram que a área já demarcada na arena, pintada na cor verde e separada por alambrados, voltará a ter as cores originais do prédio do bumbódromo, e continuará abrigando os turistas que compraram os ingressos, em sua maioria, de fora do Amazonas. Foi determinado ainda que os bois terão de distribuir para essas pessoas material de torcida.

A Arquibancada Verde foi delimitada no centro do espaço da Arquibancada Especial, que tinha 1936 lugares e havia ficado com 1646. O presidente do Garantido, Telo Pinto, disse que a solução encontrada foi a melhor para que não haja prejuízo nem para a festa nem para os turistas. “Não será tirado o alambrado pois os turistas pagaram a mais pelos ingressos. Como eles são de fora do Amazonas ficará mais fácil de orientá-los a ficar cada um do lado do seu boi, quem for Garantido veste vermelho e fica do lado do nosso boi, quem for contrário veste azul e ficará do lado do lado inverso”, explicou Telo Pinto, que disse que em 2012 o local volta a ser como era antes.

O secretário Robério Braga disse que, desta forma, os turistas não sairão perdendo e nem os bois terão de devolver dinheiro a quem comprou os ingressos. Ele explicou que a idéia de criar a arquibancada verde nasceu de vários seminários de revisão crítica do festival, realizados por Caprichoso, Garantido e Governo do Estado em que os representantes dos bumbás colocavam a necessidade criar uma área de turismo, e de maior valor. Antes da reunião o secretário repassou à imprensa cópia de um documento do boi Garantido, em que a direção do boi cita que, em reunião, os dois bois acordaram que criariam a área neutra. Pelo lado do Caprichoso, o secretário forneceu cópia de um e-mail, possivelmente repassado pela presidente do boi, Márcia Baranda, ao setor de eventos da SEC, em que o bumbá solicita a provação da área verde. O e-mail, de acordo com a cópia foi enviado no dia 12 de março passado.

Atraso na liberação de recursos

Durante a reunião de ontem, os presidentes de Garantido e Caprichoso reclamaram ao secretário Robério Braga, do atraso na liberação de recursos para o Festival Folclórico. Os dirigentes dos bumbás disseram que faltam ser repassados mais de R$ 1 milhão para cada boi. Esse dinheiro seria usado para finalização de alegorias, pagamento de artistas e logística de translado dos carros alegóricos para o Bumbódromo.

Uma parte da verba do Governo do Estado, da Coca-Cola, Petrobrás e dos Correios ainda estão pendentes. Na reunião de ontem, Márcia e Telo demonstravam-se apreensivos quando ao desfecho do problema. Eles disseram que estão prontos, mas que dependem dessa verba. Por restrições do Ministério Público do Trabalho (MPT) esses repasses estariam sendo retidos, afirmou o secretário. Segundo ele, havia uma previsão de que até hoje, esse repasse do Governo, que está retido, será feito. “Acordaremos, com a ajuda do promotor André Seffair, que a retenção dos valores feita pelo MPT seja transferida desta verba para as verbas dos patrocinadores privados, que estão atrasadas por que eles estão aguardando a publicação, em Diário Oficial da União, a Lei Rouanet”, disse Robério.

O promotor André Seffair disse que o MPT foi flexível e que isso não seria motivo do atraso dos recursos. “O MPT já até retirou uma das recomendações que fez, inclusive”, acentuou.
Robério Braga não confirmou que os recursos dos patrocinadores aconteceriam antes do festival. “Isso vai depender do agente contratado pelos bois que mantém contato com os patrocinadores”, comentou o secretário.

Saulo Borges e Jonas Santos
Da equipe de A Crítica

0 comentários:

Postar um comentário