Quando faz um duo com o levantador de toadas do Garantido Sebastião Jr, a cantora Márcia Siqueira arranca aplausos. Ela, que já foi cotada para ser a levantadora oficial, vai cantar a toada Mãe da Mata no Bumbódromo. Sua participação é aguardada pelos torcedores e fãs do boi da Baixa do São José.
Além dela outras cantoras buscam, a seu modo, um lugar ao sol no cenário ‘bovino’. Ianayra, Julieta Câmara, Anna e Márcia Siqueira são as cantoras de boi-bumbá mais conhecidas.
“Sempre eu levantei essa bandeira das mulheres cantando boi. É uma festa nossa e temos que dar as mãos mesmo. Elas são guerreiras mesmo. Tenho um projeto pra fazer um show com as três, chamado de “Elas levantam toadas”. Ainda esse ano quero fazer. Temos que abrir esse leque mesmo. Não vou sossegar enquanto não tivermos nosso trio no Carnaboi e Boi Manaus”, conta Ianayra.
Ritmo quente para o Brasil
Ianayra participou, no início deste ano, do programa de TV Ídolos, da Rede Record – uma espécie de concurso que elege um novo pop star a cada edição. Ela passou na primeira fase do concurso depois de cantar “Amazonas”, de Chico da Silva. A vitória não veio, mas ela conseguiu iniciar uma carreira em São Paulo.
Hoje, sua música de trabalho é uma versão repaginada da toada Ritmo Quente, popularizada pelo grupo Canto da Mata.
Novo CDO Dueto Amazônico, composto por Anna e Julieta lançam o CD “Dueto Amazônico canta o Festival de Parintins” nesta sexta-feira(24), durante o festival. O trabalho conta com 10 toadas no melhor estilo “boizão”, com direito a rituais e muita percussão. “Esse CD surgiu na verdade depois de um convite da prefeitura de Parintins. Vamos fazer shows nos palcos alternativos durante o dia. São 1500 cópias, que serão distribuídos aqui gratuitamente”, revela Anna.
Além desse trabalho, o Dueto já lançou anteriormente o CD da ‘Amazônia para o mundo’ e realizou uma pequena turnê de 15 dias em casas de Paris, Londres, Itália e Escócia.
A voz da ‘mãe da mata’
A cantora Márcia Siqueira tem uma carreira reconhecida pelo público amazonense. Ela venceu festivais pelo Brasil, cantava MPB e fazia parte do time de backing vocals do Garantido. Em 2010, com a saída do então levantador David Assayag, o nome de Márcia passou a ser cogitado para substitui-lo.
Márcia não assumiu o item, mas começou a ser chamada de “Rosa vermelha do boi Garantido” e passou a fazer participações especiais nas apresentações na arena.
Para ela o espaço na arena não é o objetivo principal. É preciso vencer o preconceito. “É uma luta árdua vivemos um preconceito muito grande da mulher nesse mundo machista. Já era pra ter acontecido há muito tempo pra Lucilene outras pessoas que já trilharam esse caminho. De participações já está demais. Temos participações em trabalhos eternizados como o Canto da Iara. Com essa mídia toda eu creio que os organizadores de eventos que só contratam homens passem a nos contratar”, declarou.
A novidade
A cantora revela que possui um CD, intitulado de “Ritual”, pronto e vai lança-lo em agosto, em Manaus. Com direito a grande show no Teatro Amazonas. O CD contará com toadas conhecidas e duas canções inéditas são elas: “Eterna Amor”, de Pelado Jr e Valdo Cavalcante; e “Tripa do Boi”, de Gonzaga Blantes.
Leandro Tapajós
Do portal acritica.com
Foto: L. Tapajós